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Mangá ambientado no Brasil ganha destaque = "O Mangaká da Favela" = Entrevista com o autor Hagimoto Sohachi

04/12/2024

O roteirista de mangá Souhachi Hagimoto
O roteirista de mangá Souhachi Hagimoto

 No site de web mangá Comic HOWL, em 18 de junho, iniciou-se a serialização de "O Mangaká da Favela" (roteiro: Souhachi Hagimoto, desenho: Minoru Taruro). Até o dia 27, foram publicados 5 capítulos, causando grande repercussão também no Brasil. A obra conta a história de um jovem japonês frustrado que desistiu de seu sonho de ser mangaká, que em uma favela de São Paulo encontra um garoto brasileiro que sonha em ser um quadrinhista estilo japonês, e juntos perseguem o sonho de se tornarem mangakás. Realizamos uma entrevista por e-mail com Hagimoto, responsável pelo roteiro, para conhecer os sentimentos depositados nessa obra.

 A obra chamou atenção dos amantes de mangá brasileiros desde sua publicação inicial por ser uma obra com tema sobre favelas, sendo apresentada nas mídias brasileiras UOL, Jorven Nerd e JBox. Dos leitores brasileiros vieram comentários como "o autor estudou bem o Brasil e seu desenho é fiel à realidade" e "sinto orgulho de que uma obra como essa tenha nascido fora do Brasil".
 Hagimoto trabalhou até agora como roteirista de mangás como Asper Kanojo (2018, Kodansha, 12 volumes, mangá: Renji Morita), que teve como tema a Síndrome de Asperger. Nunca visitou o Brasil, mas, através de atividades de divulgação de suas obras no Facebook, fez amigos brasileiros e desenvolveu afinidade com o Brasil.
 Há tempos tinha consciência do problema de que muitas pessoas não sabem como se tornar mangaká e desistem sem nem conseguir tentar enfrentar o desafio, mas, conforme aprofundava a convivência com amigos brasileiros, fortaleceu esse sentimento, pensando: "eles não têm chance de se tornar mangakás. Isso não é injusto?", nascendo assim a concepção de "uma história de um protagonista brasileiro que almeja ser mangaká".
 Escolheu a favela como cenário, porque foi impactado pelo filme "Cidade de Deus" recomendado por amigos brasileiros. "Mesmo sendo ficção, a realidade da favela expressa ali teve impacto suficiente para me fazer pensar 'eu também quero desenhar isso!'. Além disso, pensei que com a favela como cenário poderia despertar interesse também dos leitores japoneses e poderia superar a rigorosa análise de serialização das revistas comerciais".
 Sobre o Brasil, pesquisa através da internet e livros, mas no final pede confirmação das informações aos amigos brasileiros, que também fornecem fotos. Entre os amigos há pessoas que realmente moram em favelas. "Todos são realmente dedicados em ensinar, respondendo 10 ou 20 coisas para uma pergunta, então são os melhores colaboradores", comenta.
 Sobre os desenvolvimentos futuros, disse: "Não quero retratar a dureza da realidade de forma otimista, então parece que as nuvens sombrias continuarão por muito tempo. Fazer do campo criativo uma profissão não é algo simples, e sair da pobreza também não é fácil. Quero manter a consciência da realidade o máximo possível, sobre como superar dificuldades e se há casos em que não é possível superá-las".

"O Mangaká da Favela"

 Por fim, dos leitores brasileiros chegaram comentários como "deixem João (o garoto brasileiro protagonista) ir à Bahia" e "gostaríamos que Minas Gerais aparecesse", e ele comentou: "Penso em fazer aparecer futuramente vários lugares além de São Paulo e Rio, mas, se isso será possível, depende de quanto tempo esse mangá continuará. Vou desenhar com toda alma e coração, então por favor nos apoiem!"
 "O Mangaká da Favela" pode ser lido no site de web mangá "comic HWOL" (https://ichijin-plus.com/comics/157030278988266).

Reflexões de Sabiá

 Hagimoto, que teve contato com várias culturas brasileiras ao pensar na história de "O Mangaká da Favela", ficou surpreso com a existência da comunidade nikkei e o forte amor pela terra natal dos brasileiros, tornando-se fã da comida brasileira coxinha e da série de drama da TV Globo "Cidade dos Homens". Além disso, sobre o mangá "Sense Life" do mangaká brasileiro Caio Ulisses, recomendado por amigos brasileiros, elogiou: "Não consegui entender com precisão os diálogos, mas, apenas vendo os desenhos, senti uma grande criatividade e, se houvesse uma versão em japonês, recomendaria aos japoneses que 'é melhor ler'". Além do interesse no desenvolvimento da obra, as expectativas crescem para novos desenvolvimentos no intercâmbio cultural de mangás nipo-brasileiros.


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