Kenjiro Ikoma comemora 50 anos como ceramista com exposição em Cunha
O ceramista Kenjiro Ikoma (77 anos, natural da província de Mie) realizou no dia 11 de outubro, em comemoração aos 50 anos de vida ceramista, a exposição "Conexões e Expressões" e o lançamento de um livro fotográfico na cidade da cerâmica, Cunha, São Paulo. A exposição será realizada até 23 de novembro, e Ikoma planeja estar presente na galeria todos os fins de semana no período.
O local é o espaço para eventos da oficina de cerâmica Oficina de Cerâmica Augusto Campos e Leí Galvão, que possui um forno noborigama. Além dos alunos de Ikoma e artistas convidados, reuniram-se também ceramistas residentes em Cunha, como a Sra. Mieko Ukeseki, que abriu a primeira oficina em Cunha, e a Sra. Kimiko Suenaga, que contribuiu para elevar a fama da cidade. No local foram expostas em fileiras as obras dos alunos, dos artistas convidados e as próprias obras de Ikoma.
Segundo Ikoma, "trouxe as obras de que mais gostei". Ele se lembra de todas e, enquanto mudava a disposição das peças, dizendo "estes dois se dão bem e sempre vêm juntos às aulas", pôde-se sentir seu profundo carinho pelos alunos. "Palavras como discípulos ou alunos não são adequadas, são companheiros que caminharam juntos comigo", disse sorrindo.
A exposição permite compreender a evolução das obras de Ikoma, desde os vasos iniciais até os deformados, totens e sua obra mais recente, "Equilíbrio". No canal do YouTube do Brasil Nippou também está disponível um vídeo com explicações das obras pelo próprio autor.
Entre os artistas convidados há também uma obra de Yuki (42 anos), filho mais velho de Akinori Nakatani, que difundiu a cerâmica em Moji das Cruzes. "Nakatani era como um irmão mais velho para mim, então ele é como um sobrinho. Esta obra tem um ângulo maravilhoso, e a fotografia não transmite sua qualidade. Gostaria que vissem a obra real. Ele tem muito talento", enfatizou Ikoma. Ao transmitir isso, Yuki mostrou um sorriso dizendo "ultimamente não consegui criar obras [por estar ocupado com produções para venda]. Então preciso me esforçar novamente".
Também está exposta a obra "Wa" (Harmonia) de Masato Fukuzawa, presidente do grupo Cerâmica Contemporânea Brasileira (CCBRas), a quem Ikoma chama de amigo. É uma obra queimada com lenha sem usar esmalte, focando na textura natural da argila e na forma. Fukuzawa, que aprendeu cerâmica de forma autodidata, expressou palavras de gratidão: "Ikoma é um grande veterano e, quando eu estava perdido, ele me mostrou a direção".
Monica Urasaki, CEO da empresa de tradução e criação de conteúdo BemTraduz, também expôs uma obra chamada "Polvo". Fluente em inglês, alemão e francês, ela planejou e organizou gratuitamente a exposição dos 50 anos de cerâmica na Japan House, o livro fotográfico, a exposição atual e seu catálogo, desejando divulgar amplamente as atividades de Ikoma.
Ikoma, profundamente amado por seus "companheiros", na exposição em andamento na cidade de Cunha - que tal ir ver os cristais de criados com paixão dele e de seus companheiros. O livro fotográfico de Ikoma pode ser adquirido no site (www.ccbras.com.br/category/all-products).
Coluna Esquina: Existência rara de viver da cerâmica
Leí, que forneceu o local, nasceu e cresceu em Cunha. Quando criança, aprendeu a fazer panelas de barro com as últimas paneleiras (artesãs de panelas de barro) de Cunha, Annuncia e Dita Olimpia. Depois, aprendeu a técnica de construção de fornos noborigama com Toshiyuki Ukeseki, que veio do Japão e construiu o primeiro forno noborigama em Cunha, e com o português Alberto Cidraes.
Atualmente, Leí extrai pessoalmente a argila usada para cerâmica em sua própria fazenda em Cunha e também prepara seus próprios esmaltes. Desde a criação das obras até a queima e venda, todos os processos são realizados apenas por ela e seu parceiro Augusto. Cunha tem atualmente 7 fornos noborigama, mas apenas 2 estão em funcionamento, incluindo o forno deles. A construção de um forno noborigama custa cerca de R$ 500 mil, e "viver apenas da cerâmica é uma existência muito rara no Brasil", diz Masato Fukuzawa, presidente do grupo Cerâmica Contemporânea Brasileira.
Recentemente Cunha também se tornou popular como a cidade da lavanda, mas Fernanda, que administra um campo de lavanda, é uma das admiradoras das obras de Leí. Em seu campo de lavanda, é possível saborear café de lavanda em xícaras feitas por Leí.







