Portal G1: "Encontro como K-drama" à venda; Site de estudante japonês da Universidade de Tóquio causa polêmica; Consulado Geral da Coreia do Sul em SP investiga
Segundo reportagem do site G1 do dia 3 (https://pse.is/8equ8z), um site que vende "experiências românticas de encontros" recriando o universo de doramas coreanos tornou-se alvo de investigação do Consulado Geral da Coreia do Sul em São Paulo e da Associação Brasileira dos Coreanos. O site em questão, "Kdramadate" (www.kdramadate.com.br/), promete "transformar a magia dos doramas coreanos em realidade" e oferece "oppas [palavra coreana usada por mulheres para se referir a homens mais velhos] sussurrando frases famosas", fornecendo quatro tipos de pacotes que incluem passeios pelo Parque Ibirapuera, tours por cafés e até "experiências íntimas" em motéis.
O método comercial de "romance como nos doramas" conduzido por um jovem japonês recém-chegado está causando preocupação na sociedade brasileira. O site seria operado por Rikito Morikawa, um japonês de 23 anos natural de Hiroshima. O G1 e a TV Globo tentaram entrar em contato com ele e seu advogado, mas não obtiveram resposta. Segundo o advogado, Morikawa teria dito que retornaria ao Japão há alguns meses e explicou que "trabalhava como 'namorado de aluguel' em parques e motéis".
Na conta do LinkedIn de Rikito Morikawa (www.linkedin.com/in/rikito-morikawa-496010239/overlay/about-this-profile/), consta "Bacharel em Arquitetura pela Universidade de Tóquio, Arquitetura, 2021-2025", com título de empreendedor e executivo, apresentando-se como: "Sou fundador e CEO da Captamax. A Captamax é uma agência de marketing digital estabelecida em 2025, especializada em operação de tráfego pago, criação de landing pages com alta taxa de conversão e automação de vendas, atendendo clínicas de estética, empresas imobiliárias e empresas que buscam crescimento contínuo".
Ele visitou a redação deste jornal há cerca de três anos, quando também explicou estar "matriculado na Universidade de Tóquio, tendo trancado o curso para se preparar para empreender no Brasil".
Segundo a reportagem do G1, a Associação dos Coreanos iniciou uma investigação baseada em informações fornecidas por comunidades de fãs. Ao visitarem o endereço fornecido, descobriu-se que estava sendo usado indevidamente o endereço do Centro Cultural Hiroshima do Brasil, localizado no bairro Liberdade em São Paulo, e o centro enviou uma notificação ao site. Posteriormente, um novo endereço foi inserido.
O Consulado Geral da Coreia inicialmente alertou sobre a possibilidade de fraude, mas, em sua segunda declaração, divulgada no final de outubro, julgou que "suspeita-se de casos de exploração sexual" com base nos depoimentos e materiais coletados. Segundo o advogado do consulado, pelo menos 10 jovens de origem coreana haviam sido recrutados por Morikawa através do Instagram e WhatsApp. O "serviço íntimo" em motéis custaria R$ 70 por hora, com desconto para múltiplas horas, e também havia explicações de que "serviços sexuais poderiam ser fornecidos por R$ 700".
Muitos dos jovens de origem coreana parecem ter sido recrutados devido à aparência que lembrava atores de doramas coreanos. Por outro lado, não foram confirmados casos de mulheres que efetivamente compraram os serviços. A polícia e o Ministério Público também afirmam que, até o momento, não receberam denúncias formais.
No Brasil, a prostituição entre adultos é legal, mas o ato de usar terceiros para fornecer serviços sexuais visando lucro é considerado "exploração sexual" e é ilegal, sendo objeto de investigação. O presidente Bruno Kim da Associação dos Coreanos enfatiza: "Estão aumentando os métodos comerciais inadequados que se aproveitam da popularidade do K-POP e dos doramas coreanos. Para proteger a credibilidade da comunidade construída ao longo de muito tempo, não podemos ignorar isso".
Segundo a reportagem do G1, especialistas alertam que os serviços do site são uma forma de comercialização e exploração que utiliza "imagens ideais" baseadas na cultura popular. O Consulado e a Associação pretendem fornecer as informações coletadas à polícia e ao Ministério Público para dar início a uma investigação formal.
Este jornal enviou uma mensagem via Instagram para Morikawa, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. Assim que houver resposta, pretendemos apresentar sua defesa.








