Festival de Tanabata ACAL deseja paz mundial = Reforma da Praça da Liberdade concluída = 3 secretários municipais presentes, 50º aniversário das lanternas suzuran

A Associação Cultural e Assistencial da Liberdade (ACAL, presidente Danilo Fujita) realizou nos dias 5 (sábado) e 6 (domingo) o "46º Festival de Tanabata", tradição do inverno da cidade de São Paulo, centrado na praça da Liberdade e na rua Galvão Bueno. Cerca de 30 barracas foram montadas, aproximadamente 60 bambus foram erguidos, e nos galhos de bambu foram amarradas inúmeras tiras coloridas de papel com desejos escritos em português como "quero fazer uma viagem turística ao Japão", "quero um namorado", "que eu ganhe na loteria", "que a doença da família se cure", "que eu passe no concurso público", "paz no mundo", refletindo as preocupações da sociedade.
No dia 5, a partir das 2 horas da tarde, após a purificação do local do festival e dos presentes através de orações realizadas pelo sacerdote do Santuário Nambei sob o grande torii, os grupos Parada Taiko e a dança do dragão de Nagasaki fizeram uma procissão até a praça anunciando a abertura, enquanto os visitantes nas calçadas ergueram inúmeros celulares para fotografar a paisagem única de taikos e dragão desfilando entre o torii e as tiras de papel, uma cena que só pode ser vista aqui.
O presidente Fujita na cerimônia de abertura celebrou a conclusão da primeira etapa das obras de reforma do bairro da Liberdade pela prefeitura, na praça. "A prefeitura há 51 anos reconheceu este local como bairro oriental e construiu o torii, há 50 anos fez as luminárias suzuran. E agora novamente fez as obras de reforma. Nós prometemos manter esta rua limpa e animá-la. Queremos divulgar a cultura japonesa e corresponder à boa vontade da prefeitura", expressou suas aspirações. As luminárias suzuran foram acesas exatamente há 50 anos, em 18 de junho de 1975.
Representando as entidades nikkei, o presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil (Kenren), José Taniguchi, explicou as origens do Festival de Tanabata e a lenda de Orihime e Hikoboshi, dizendo: "Pessoal, escrevam seus desejos nas tiras de papel e amarrem nos bambus. Com certeza os desejos se realizarão", incentivando os visitantes a participarem do festival.
O cônsul Eiji Takeya, que participou como representante do consulado geral em São Paulo, elogiou, dizendo: "A tradição japonesa de escrever desejos nas tiras de papel tem sido transmitida através das gerações por meio século, tornando-se um elo que une os dois países".
Após o vereador de São Paulo Kenji Ito, que elogiou o trabalho do prefeito Ricardo Nunes, incluindo as obras de reforma da praça, o diretor Pedro Martins, da empresa SP Urbanismo (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento), responsável pelas obras de reforma, disse: "O plano de reforma foi elaborado através de muitas audiências públicas, ouvindo as opiniões de muitos moradores. Através desse processo, percebemos o quanto este bairro é amado por todos. Por isso, vale a pena reformar, e conseguimos prosseguir com as obras com motivação".
O secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Rodrigo Ashiuchi (ex-prefeito de Suzano), discursou energicamente: "São Paulo recebeu várias etnias do mundo inteiro e cresceu para se tornar a maior cidade do hemisfério sul. Uma presença importante e indispensável para isso foram os nipo-brasileiros. O local símbolo dos laços nipo-brasileiros é esta Liberdade, e eventos como este fortalecem ainda mais esses laços de amizade".
Por fim, a secretária de Relações Internacionais de São Paulo, Angela Gandra, como representante do prefeito, disse: "No ano passado, vivenciei o Festival de Tanabata no Japão, então compreendo seu significado, e hoje tenho uma emoção especial. Os nipo-brasileiros são parte da sociedade brasileira para nós, e aprendemos muito com eles. O que este festival significa é a separação temporária e a união final. Os desejos escritos nas tiras de papel são sonhos e esperanças. Nunca precisamos tanto da paz como agora. São Paulo é um lugar de paz para todas as etnias, e a Liberdade é seu símbolo", recebendo grandes aplausos.
Após a cerimônia de abertura, atrações como a dança das sombrinhas Shan Shan de Tottori, dança japonesa da escola Hanayagi, grupo de dança da ACAL e outras artes japonesas, yosakoi soran, show de temas de tokusatsu de Diogo Miyahara e Akatsuki Band foram apresentadas sucessivamente, e o público se divertiu balançando o corpo no ritmo.
Uma das espectadoras, Odete Pereira de Noronha (66 anos), moradora do bairro Vila Leopoldina em São Paulo, gritava de alegria: "Adoro música e dança japonesas, venho todo ano". Maria Nakamura (86 anos, natural de Tóquio), que participa de ginástica para a saúde, disse com os olhos brilhando: "O yosakoi soran da Shinsei ACAL foi especialmente bom. Foi maravilhoso".