Disputa entre kachigumi e makegumi torna-se animação sobre história familiar; "Eu e Meu Avô Nihonjin" estreia em todo o Brasil a partir do dia 16
Os conflitos entre kachigumi e makegumi como história familiar pela primeira vez em filme de animação——. Uma sessão especial do longa-metragem de animação "Eu e Meu Avô Nihonjin" (Eu e meu avô japonês), que tem como tema a história da imigração japonesa, foi realizada no dia 4 de setembro em um shopping na cidade de São Paulo. A produção é da Pinguim Content e a distribuição da H2O Films. Antes da estreia nacional em 16 de outubro, representantes de instituições culturais e entidades nikkeis compareceram para celebrar a conclusão da obra.
A história começa quando Noboru recebe uma lição de casa para escrever sobre a história de sua família na escola, confrontando-se então com seu avô, com quem nunca havia conversado adequadamente. Inicialmente, Noboru se rebela contra a atitude severa do avô, mas gradualmente se vê envolvido por uma história familiar inesperada.
Através da família de imigrantes vindos do Japão, culturalmente o país mais distante do Ocidente, o filme foi produzido como cinema brasileiro em animação, retratando as rupturas geracionais e choques culturais que o Brasil, país de imigração, enfrenta. A obra original é o romance "Nihonjin", escrito por Oscar Nakasato baseado na história real de sua família. É uma obra consistente que ganhou o Prêmio Jabuti em 2012 (o prêmio geral mais prestigioso do mundo literário e editorial do Brasil). Foi adaptada com uma narrativa gentil e acessível também para crianças.
Quando perguntamos ao próprio Nakasato (61 anos, sansei) sobre suas impressões após assistir ao filme, ele avaliou positivamente: "Fiquei muito emocionado. Embora a história tenha sido adaptada para crianças, a essência da obra original permanece intacta. Até mesmo descendentes de italianos que leram meu romance disseram ter vivido 'a mesma experiência'. Essa é também a história de uma família brasileira. A história delicada dos conflitos kachigumi e makegumi da imigração japonesa é desconhecida por muitos nikkeis. Acho que vale a pena ser vista por todas as crianças".
O ator Kenichi Kaneko, que fez a dublagem, sorriu ao dizer: "Foi como ver minha própria vida. Mesmo tendo feito a dublagem, desta vez chorei muito".
Takashi Yamanishi (31 anos, sansei), que ensina japonês online (https://123japones.com.br/), relembrou seu próprio passado evocado pelas cenas do filme: "Achei que foi bom conseguir expressar a história da imigração japonesa de forma pop. Anedotas comuns em famílias nikkeis, como ser orientado desde pequeno a tirar os sapatos dentro de casa, foram habilmente incorporadas, transmitindo bem como a cultura japonesa, que não existe no Brasil, está naturalmente presente na vida cotidiana. Além disso, embora agora tenha estabelecido firmemente minha identidade como nipo-brasileiro, como nasci no Japão, quando pequeno, pensava que era japonês. Ainda me lembro claramente de ter chorado quando recebi minha primeira carteira de identidade (RG) aos 10 anos e vi escrito que era brasileiro".
Antes da exibição, a diretora Célia Catunda, o produtor executivo Kiko Mistrorigo e Ricardo Rozzino subiram ao palco para cumprimentos. Em junho, o filme teve sua estreia mundial no Festival Internacional de Filme de Animação de Annecy, na França, atraindo atenção internacional.
Após a exibição, foram ouvidas vozes dizendo que é "uma história universal que toca o coração das pessoas, não apenas da comunidade nikkei". A repercussão após o dia 16 será observada com atenção.