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Coluna: Aprendi com Roberta Martinelli (20), por Mario Jun Okuhara

09/10/2025

ロベルタ・マルチネリ
Roberta Martinelli

Nos anos 1980, cresci ouvindo a música dos meus pais e acompanhando os artistas da emissora NHK apresentados no programa Imagens do Japão, incluindo o aguardado Kouhaku Utagassen – o Festival da Canção Popular Japonesa, sempre no dia 31 de dezembro. Sendo assim, era enka e kayoukyoku o dia inteiro: Misora Hibari, Sen Masao, Murata Hideo, Yashiro Aki, Mori Masako, Hori Chiemi e tantos outros. A música pop era pouco tocada em casa, restrita apenas aos jovens mais conhecidos do mainstream japonês.

Na adolescência, mergulhei de cabeça no rock americano e inglês, com um pouco de música nacional, influenciado pelos discos do meu primo Yoshiaki, que morava com a gente. Legião Urbana, Ultraje, Ritchie, Paralamas do Sucesso, Titãs, que ele adorava. Em 1991, cheguei a ver Cássia Eller e Ed Motta ao vivo no vão do MASP com alguns colegas da escola, bem no horário do almoço. Era escolher entre comer ou assistir ao show. Sempre escolhi a música!

Só depois de casado que passei a me interessar mais pela música brasileira. Assim, a primeira influência foi minha esposa. A segunda, o livro "Os 500 Maiores Álbuns Brasileiros de Todos os Tempos", do jornalista Ricardo Alexandre — também autor de "Tudo é Música", cujo texto admiro muito. A terceira influência, sem dúvida, é a jornalista e radialista Roberta Martinelli, cuja trajetória merece destaque.

A paulista Roberta Martinelli é hoje uma das vozes mais importantes da produção cultural brasileira contemporânea. Apresentadora e curadora do Cultura Livre, no ar desde 2009, também comanda o Prelúdio — concurso de música clássica —, ambos na TV Cultura. Na Rádio Eldorado, apresenta e produz o Som a Pino, espaço dedicado a revelar uma nova cena da MPB. Desde 2023, Martinelli leva sua reconhecida curadoria à conceituada rádio J-WAVE FM de Tóquio. Até agora, já são mais de 40 edições do Sounds and Cities – Jam the Planet, apresentando clássicos e novas estrelas da música popular brasileira.

No Brasil, seu papel tem sido primordial para que uma nova geração de artistas e bandas encontre visibilidade através dos seus canais de comunicação.

“O Brasil tem uma questão muito problemática na música, pois é um país gigantesco e é muito difícil para uma banda circular. O Cultura Livre permite essa circulação”, afirmou a apresentadora, cujo programa completou 16 anos de existência.

Na J-WAVE FM, a curadoria de Roberta Martinelli mostra ao público japonês que a música brasileira vai além do samba e da bossa nova. Estrelas não faltam: basta ver a quantidade de festivais que reúnem nomes consagrados e novos talentos por aqui.

Nestes 130 anos de comemoração do Tratado de Amizade entre o Brasil e o Japão, Martinelli contribui de forma expressiva para renovar os laços entre os dois países. Pois a música é um idioma comum entre brasileiros e japoneses.


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