Ensaio dos Voluntários da JICA: Relatando sobre as comunidades nikkeis do Brasil (49) Mesma abordagem compartilhada no Japão e no Brasil em relação à educação infantil, por Harumi Horie (Colégio Mirassol)
Sou Harumi Horie, atualmente trabalhando como voluntária no Colégio Mirassol (uma escola particular onde estudam crianças da creche aos 14 anos de idade), localizada na cidade de São Paulo.
Para mim, que trabalhei por muitos anos como professora de ensino fundamental no Japão, a atividade em um ambiente educacional estrangeiro com sistema educacional diferente era interessante e despertava muito a minha curiosidade.
Porém, o Colégio Mirassol foi originalmente estabelecida com o propósito de confiar no sistema educacional japonês e realizar atividades educacionais baseadas nos valores morais japoneses. Portanto, ainda me lembro de que, desde o primeiro dia em que pisei na escola, tive a sensação nostálgica e reconfortante, como se tivesse retornado ao ambiente educacional japonês.
As aulas de japonês são obrigatórias, e tanto as crianças quanto os funcionários da escola respondem com cumprimentos simples em japonês como "ohayou", "konnichiwa" e "sayonara".
O desejo do diretor da escola parece ser recuperar a conexão com o Japão que foi interrompida pela pandemia de COVID-19 e enraizar novamente em sua escola o modo de ser baseado na orientação da vida escolar japonesa através de atividades especiais.
No Colégio Mirassol, que já recebeu 4 voluntários da JICA no passado, podem ser claramente vistas as várias pegadas deixadas pelos voluntários anteriores, e senti que entendi o motivo da sensação de segurança que senti logo no início.
A atividade no Brasil, que começou com a questão de "o que eu deveria fazer nesse ambiente", era vertiginosa todos os dias, com curiosidade e perplexidade se entrelaçando.
Tive várias experiências: cantar e dançar junto com as crianças da creche, sentir união com os alunos através da ginástica em grupo no undokai [gincana], admirar a autonomia dos alunos que expressavam opiniões ativamente e o forte senso de responsabilidade dos alunos mais velhos nas atividades de grupo no estilo japonês, e me emocionar com o esforço dos alunos na apresentação de teatro em japonês.
Porém, quando se passou cerca de um ano desde a minha chegada, percebi que tanto a curiosidade quanto a perplexidade se tornaram uma espécie de déjà vu, não sendo diferentes das dificuldades e sensações de conquista que experimentei nas escolas japonesas, e a partir daí voltei a ser novamente uma "professora que se dedica em campo".
Vim ao Brasil com a determinação de que tudo estava dentro do esperado nas atividades e que "não consigo" era uma palavra proibida. Penso que minha forma de cumprir a responsabilidade é responder adequadamente mesmo às coisas que me fazem pensar "será que consigo fazer isso? Estou um pouco ansiosa". Com a ajuda das pessoas ao meu redor para as coisas em que não sou boa ou que me deixam ansiosa, dedico-me às atividades com o pensamento de dar tudo de mim baseado no que experimentei no Japão.
As atividades em um país estrangeiro, com barreiras linguísticas, diferenças nos hábitos de vida e formas de agir diferentes, têm muitos momentos de perplexidade e coisas que não dão certo, mas estranhamente não sinto como frustração.
Seja no Brasil ou no Japão, não deveria haver diferença nos professores que observam e procuram cultivar o crescimento das crianças. Sinto que há muito para aprender com a postura dos funcionários da escola ao lidar com as crianças da Mirassol, e através de várias experiências, eu também estou crescendo.
O Brasil, repleto de charmes desconhecidos, com terra, céu e coração das pessoas profundos, amplos e grandes, sinto que está profundamente ligado ao Japão, acompanhando a grandeza da comunidade nipo-brasileira, mas o que toquei é apenas uma pequena parte. Ultimamente penso que quero conhecer mais o Brasil e tornar os dias restantes mais enriquecedores junto com os alunos.








