Eleições presidenciais de 2026 = Crescem expectativas por Tarcísio no Centrão e setores relacionados à agricultura = Depende também do apoio do ex-presidente Bolsonarao

Entre as forças do centro político e do setor agrícola, cresce a pressão para que o ex-presidente Bolsonaro indique formalmente o mais rápido possível o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como seu sucessor para as eleições presidenciais do próximo ano.
Bolsonaro demonstrou desde cedo sua intenção de concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, e as pesquisas de opinião mostram simulações de que ele venceria Lula no momento atual.
No entanto, ele sofreu duas condenações de inelegibilidade por oito anos devido a violações da lei eleitoral, além de ser esperada uma condenação no julgamento das suspeitas de plano de golpe que deve ocorrer no segundo semestre deste ano.
Segundo o Metrópoles de 22 de dezembro(1), nessa situação, o Centrão, maior força do Congresso Nacional, começou a pressionar Bolsonaro para que declare apoio a Tarcísio o mais cedo possível.
Os líderes dos partidos do Centrão avaliam que Bolsonaro está começando a ter uma visão mais realista, reconhecendo que as possibilidades de recuperar seus direitos políticos e de escapar do julgamento das suspeitas de golpe foram praticamente eliminadas no Supremo Tribunal Federal e no Congresso Nacional.
Para o Centrão, com o baixo índice de aprovação do governo Lula atualmente, Tarcísio é visto como o principal candidato para uma alternância no poder, pois tem alta aprovação como governador paulista, boa receptividade na Faria Lima e não possui alta rejeição. Porém, para concorrer às eleições presidenciais, Tarcísio deve renunciar ao cargo de governador de São Paulo até o final de março do próximo ano, conforme estabelecido por lei.
Nesse caso, seria necessário posicionar Tarcísio como candidato alternativo para quando Bolsonaro desistir da candidatura ou quando seu registro de candidatura não for aceito, mas se Bolsonaro demorar para tomar essa decisão, isso se tornará impossível.
Como Tarcísio tem forte apego à hierarquia, é improvável que ele tome uma atitude que signifique contrariar Bolsonaro, que foi seu presidente quando ele era ministro da Infraestrutura. Além disso, há relatos de que Tarcísio, em seu íntimo, prefere continuar como governador de São Paulo.
Por outro lado, segundo a Folha de 24 de dezembro(2), o setor agrícola, conhecido como forte base de apoio a Bolsonaro, também deseja que ele desista da candidatura presidencial e recomende Tarcísio.
Segundo o relato, no primeiro dia da feira da indústria da carne "Feicorte", realizada em Presidente Prudente, São Paulo, as eleições presidenciais se tornaram assunto entre os participantes, e pecuaristas e representantes de entidades do setor agrícola expressaram sucessivamente o desejo de ter Tarcísio como candidato à presidência.
Um deles disse à Folha que, caso Bolsonaro adote a mesma estratégia de Lula nas eleições de 2018, seria necessária uma medida similar ao que aconteceu naquele ano, quando Fernando Haddad pôde ter um bom desempenho porque foi anunciado desde cedo como candidato alternativo.
O fortalecimento das vozes que apoiam Tarcísio como candidato presidencial no lugar de Bolsonaro também tem como pano de fundo o fato de que Eduardo, terceiro filho do ex-presidente e deputado licenciado, considerado um dos principais candidatos a sucessor, ainda não tem previsão de retorno dos Estados Unidos, nem perspectivas claras sobre em qual eleição do próximo ano irá concorrer.