Ensaios em Série dos Voluntários da JICA: Relatando sobre as comunidades nikkeis do Brasil (41) Comunidade conectada pelo badminton - Associação Cultural e Agrícola Itapeti, por Shusei Kubota

Olá. Desde abril de 2024, atuo como instrutor de badminton na cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo. Meu nome é Shusei Kubota.
Mogi das Cruzes é uma cidade com cerca de 450.000 habitantes, localizada a aproximadamente 50 km a leste da cidade de São Paulo, a uma hora e meia de carro. Muitos japoneses imigraram para esta região desde o início do século XX e atualmente ainda vivem aqui muitos nikkeis, seus descendentes. Por isso, a cultura japonesa permanece fortemente enraizada e, ao caminhar pelas ruas, às vezes é possível ouvir canções em japonês ou português misturado com japonês.
Estou filiado à Associação Cultural e Agrícola Itapeti (doravante, Itapeti), localizada a cerca de 20 km ao norte do centro da cidade, onde dou aulas de badminton.
Nesta região também vivem muitos nikkeis, e eventos da comunidade nikkei são realizados ao longo do ano.
O badminton é muito popular em Itapeti, e muitas pessoas, desde crianças até adultos, tanto nikkeis quanto não-nikkeis, praticam com alegria.
Por estar localizado em área rural, normalmente é um lugar com poucas pessoas, mas nos dias de treino muitas pessoas se reúnem e o ambiente fica cheio de energia.
O ginásio tem 6 quadras, mas nos dias de treino as quadras ficam sempre lotadas de atletas, e às vezes nem todos conseguem entrar.
O número de atletas também está aumentando, tornando o local ainda mais animado.
Recentemente, têm aumentado os momentos em que sinto o crescimento dos atletas. Pais que vinham apenas para assistir agora também participam dos treinos, e o número de atletas que participam de competições também aumentou, o que me deixa feliz pelo crescimento da equipe.
Mudando de assunto, através da vida no Brasil, tenho conseguido obter muitas experiências valiosas.
Especialmente, poder participar dos eventos da comunidade nikkei realizados ao longo do ano é uma oportunidade muito preciosa, e pessoalmente sinto que é um privilégio dos cooperantes enviados ao Brasil. Isso porque posso sentir fortemente os sentimentos dos nikkeis que se estabeleceram no Brasil como imigrantes e preservaram a cultura japonesa. Nesses momentos em que muitas pessoas, tanto nikkeis quanto não-nikkeis, vivenciam juntas a cultura japonesa, há um charme único, e sempre fico profundamente impressionado.

Nesses eventos da comunidade nikkei, sinto orgulho como japonês e também alegria.
Especialmente o undokai (festival esportivo) em São Paulo é um dos eventos que mais ficaram na minha memória.
Achei muito bom ver que muitas pessoas, independentemente de serem nikkeis ou não-nikkeis e da idade, aprofundavam suas relações através das competições.
O undokai em São Paulo é diferente do Japão, não há competição de pontos entre as equipes, e os participantes simplesmente se divertem com as atividades em si, como revezamentos, cabo de guerra e bon odori. A figura desses participantes tinha um charme diferente para mim, que estava acostumado com o undokai no estilo japonês.
Participando do undokai em São Paulo, também é possível ver competições que dificilmente se veem no Japão, como a pescaria de garrafas de cerveja. Isso parece ser porque ainda permanecem vestígios dos undokais que eram realizados nos navios durante as viagens do Japão ao Brasil no passado.
Assim, há momentos em que sinto a história nikkei, e pessoalmente gosto muito disso.
Meu mandato chegou ao meio do termo. No futuro, quero continuar contribuindo para o mundo do badminton no Brasil e também continuar atividades pela cultura e pelas pessoas da comunidade nikkei. Quero continuar aprofundando os laços com muitas pessoas através do badminton.