Expo Osaka-Kansai: Mais de 800.000 visitantes no Pavilhão Brasil; diretor fala de atrativos e perspectivas
Cerca de 3 meses se passaram desde a abertura da Expo 2025 de Osaka-Kansai em abril, e o número de visitantes do Pavilhão Brasil tem aumentado, ultrapassando 800 mil pessoas. Noventa por cento dos visitantes são japoneses, e o pavilhão tem causado grande impacto com sua abordagem única que combina arte e experiências participativas. No dia 27 de julho, visitei o local da Expo, onde a temperatura máxima chegou a 36 graus e conversei com o diretor Pablo Lira sobre os atrativos do pavilhão, a situação até o momento e as perspectivas futuras.
O tema do pavilhão, cuja operação é realizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil/Diretor-presidente Jorge Viana), é "Abraçando a Sustentabilidade e Celebrando a Vida". Os visitantes também são considerados parte da arte, e o diretor diz que deseja que "sintam as 'conexões' diversamente tecidas entre os seres humanos e a natureza, cultura e economia do Brasil".
Especialmente na Sala dos Parangoromos do segundo pavilhão, mil coloridos "parangoromos" desenhados por 12 artistas brasileiros são distribuídos diariamente aos visitantes. O parangoromo é algo como um poncho, com o objetivo de eliminar as fronteiras entre o pavilhão e os visitantes.
O "parangoromo" é inspirado na série de obras "Parangolé" apresentada pelo artista vanguardista brasileiro Hélio Oiticica nos anos 1970. Oiticica criou uma experiência imersiva que elimina as barreiras entre espectadores e atores, fazendo com que as pessoas vistam tecidos coloridos chamados parangoromos, tornando todos os observadores parte da arte.
O diretor disse: "O parangoromo não é apenas um figurino, mas um símbolo de inclusão e transformação social. Quando os visitantes que o vestem caminham pelo local da Expo, demonstram como a mensagem do Brasil se espalha fisicamente". Mensagens do Brasil sobre um futuro sustentável também estão detalhadamente escritas nos parangoromos. As reações dos visitantes têm sido favoráveis, e uma mulher de 70 anos de Tóquio comentou: "O Pavilhão do Brasil é muito criativo. Ao vestir o parangoromo e caminhar, senti que me tornei parte dessa mensagem".
A supervisão do Pavilhão do Brasil ficou a cargo da cenógrafa Bia Lessa, que também supervisionou o Pavilhão Brasil na Expo de Hannover em 2000. Na entrada principal do primeiro pavilhão, em um espaço que imita uma floresta, cerca de 70 esculturas infláveis simbolizando fauna, flora e seres humanos recebem os visitantes, desenvolvendo cinco cenas: "existir", "diferir", "confluir", "extinguir" e "reexistir".
Os infláveis se expandem e contraem repetidamente a cada 15 minutos, expressando sustentabilidade, simbolizando morte em algumas cenas e, posteriormente, expressando regeneração e esperança. Com efeitos de luz e som de qualidade teatral, algumas pessoas dizem que "é como entrar numa cena de teatro". A partir de julho, riscos de destruição ambiental também são projetados numa tela grande. Além disso, são realizadas exposições de vídeos e fotografias.
A Apex promove produtos e serviços brasileiros através do pavilhão e também impulsiona o atrativo de investimentos estrangeiros. "A Expo é uma excelente oportunidade para construir redes com o mundo. Através de intercâmbios com várias pessoas e inspirações obtidas nos pavilhões de outros países, já surgiram ideias para a Expo de 2030", disse o diretor.
Em agosto será realizado um evento centrado no agronegócio, onde serão apresentados café brasileiro, cachaça e matérias-primas. Na última semana haverá a "Semana das Mulheres", quando renomadas empresárias e jovens cientistas serão convidadas do Brasil para transmitir mais profundamente a cultura diversa e aberta do Brasil.
Por fim, o diretor concluiu: "2025 marca o 130º aniversário das relações diplomáticas entre Brasil e Japão. Através da Expo, queremos aprofundar a amizade e compreensão mútua entre os dois países e promover ações conjuntas para um futuro sustentável". (Reportagem: Tomoko Oura)