Jovens da Seicho-No-Ie celebram 70 anos de fundação com energia e espiritualidade em Campinas

Com atmosfera vibrante e produção digna de grandes espetáculos, o evento surpreendeu ao romper com o modelo tradicional de convenções religiosas, onde cerca de 5 mil jovens se reuniram no último dia 26 de julho no Royal Palm Hall, em Campinas, para celebrar os 70 anos da Associação dos Jovens da Seicho-No-Ie do Brasil (AJSI/BR). O encontro nacional, iniciado em 1955, marcou sete décadas de atividades com o tema “70 anos – Vamos Iluminar o Brasil!”, e lotou o moderno centro de convenções com jovens vindos de várias partes do país.
Desde sua criação, o evento tem servido como um espaço de formação espiritual e de mobilização para a nova geração. A cerimônia de abertura começou em clima de festa: ao som de música vibrante, delegações com bandeiras dos núcleos regionais cruzaram o hall, arrancando aplausos e gritos de entusiasmo do público.
O palco central, em formato 360 graus, contava com telões gigantes e sistema de som digno de concerto. Ali, o Preletor Aníbal Ferreira de Lima Neto, atual presidente nacional dos jovens, convocou os presentes: “Os jovens constroem o futuro. Vamos encher o Brasil de luz com a nossa fé e nossa ação!”.
Entre as palestras, a da Preletora Natália Takakura Okada Oshima chamou atenção ao começar com a pergunta: “Quem é você?”. Ela provocou a plateia a refletir sobre sua essência, além de expectativas externas. “A sua natureza verdadeira é ser filho de Deus. Você nasceu para ser feliz. Não foque apenas em ganhar dinheiro ou superar os outros, mas em ser o seu ‘eu original’”, disse, recebendo aplausos e gritos de apoio.
Na sequência, o Preletor Fumio Nishiyama, Presidente Doutrinário da Seicho-No-Ie para a América Latina, abordou a necessidade de cultivar uma mente saudável diante de um mundo marcado por guerras e ressentimentos: “Vocês já são felizes. Digam isso em voz alta e vivam plenamente o momento presente”.

Ex-membro da liderança dos jovens e hoje Diretor-Presidente da Seicho-No-Ie do Brasil, Preletor José Adalton de Oliveira emocionou o público ao relatar como os ensinamentos transformaram sua vida. Citando trechos bíblicos, incentivou os jovens a abandonar a pensamento de pecado: “Não se aprisionem em suas próprias mentes. Sejam livres. Vocês já são as pessoas mais felizes do
mundo — e isso depende da forma como escolhem pensar”.
O encontro incluiu apresentações culturais com taiko, danças típicas e vídeos comemorativos. O ponto alto foi a exibição do documentário “Jubileu – 70 anos de caminhada”, com imagens históricas de encontros passados, que arrancou abraços e lágrimas dos participantes, muitos deles gravando o momento pelo celular.
No encerramento, o tradicional momento de oração conhecido como “Oração pela Paz Mundial”, tomou conta do hall. De pé, os jovens simbolicamente enviaram “luz e gratidão” ao território brasileiro, em um ritual que reforçou o caráter solene da celebração. A despedida foi marcada por aplausos e o chamado do comitê organizador para transformar aquela energia em ação no dia a dia.
Segundo o Preletor Regis Yoshio Shimanoe, 47, descendente de terceira geração e gerente de marketing da sede brasileira, que presidiu a AJSI entre 2014 e 2020, “Mesmo durante a pandemia mantivemos encontros online. Hoje, cerca de 90% dos participantes são brasileiros, fruto da aposta antiga na difusão em português. Nosso esforço é explicar os ensinamentos de forma simples e acessível”.

Entre os participantes, Eduardo da Silva, 21, de Curitiba, contou que a mãe já era seguidora: “Participo há cinco anos. Temos reuniões semanais e encontros mensais com cerca de 40 pessoas. É muito ativo e divertido, principalmente por reencontrar os amigos”.

Já Aline Tirgilio, 14, de São Paulo, disse ter crescido dentro da filosofia: “Meu pai é membro. Gosto da ideia de respeito ao próximo e do acolhimento à diversidade. Sinto que em outras religiões existe mais exclusão. No grupo jovem, tudo é muito alegre”.
O evento terminou como começou: em clima de entusiasmo, mas com uma mensagem clara — que os jovens irradiem para o cotidiano a luz que sentiram durante os 70 anos de história da Seicho-No-Ie no Brasil. (Por Redação de Diário Brasil Nippou)