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"Senti a Era Showa em Londrina", diz Aikawa Nanase em palestra na Japan House; Fé dos imigrantes japoneses e dança de festivais

13/09/2025

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 A palestra especial da cantora Nanase Aikawa intitulada "Festivais dos Deuses e Fé que Atravessaram o Mar para Transmitir aos Tempos Modernos", organizada pelo Comitê de Intercâmbio Intersetorial (presidente Yuji Watanabe) da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa no Brasil, foi realizada na tarde do dia 8 na Japan House (JH), com mais de 100 pessoas comparecendo e lotando o local. Ao discutir os festivais da comunidade nikkei brasileira a partir de seu profundo conhecimento sobre o xintoísmo, o presidente Watanabe disse em seu discurso de encerramento, com uma expressão de compreensão: "No início, me perguntava por que o tema da palestra era 'Festivais dos Deuses e Fé', mas depois de ouvir a apresentação, entendi muito bem o motivo".

 No início, Aikawa falou com uma expressão cheia de emoção: "Hoje vim vestindo uma camiseta feita pela Ellie Omiya, que veio comigo ao Brasil no ano passado. Pensando que a alma dela está aqui, farei minha apresentação de hoje". A talentosa escritora Ellie Omiya, da mesma idade e muito amiga dela, havia falecido em 23 de abril devido a uma doença.

 Aikawa se formou na Faculdade de Cultura Xintoísta da Universidade Kokugakuin e ingressou na pós-graduação da mesma universidade em abril do ano passado. Devido ao seu profundo interesse pelo xintoísmo e festivais, foi escolhido o tema "Festivais dos Deuses e Fé que Atravessaram o Mar".

 As músicas de Aikawa como "Yumemiru Shojo ja Irarenai", que fizeram grande sucesso no Japão no final dos anos 1990, são conhecidas na comunidade nikkei local como canções clássicas do Matsuri Dance, uma versão moderna do bon odori que se espalhou a partir do Londrina Matsuri, no norte do Paraná. Ao saber disso, Aikawa visitou o Grupo Sansey, organizador do festival, em outubro do ano passado para um intercâmbio. Isso levou ao show e à palestra de hoje.

 Aikawa disse: "No ano passado, ouvi do líder do Grupo Sansey: 'Quando pensamos em como transmitir o Japão que existe dentro de nós para as gerações futuras, chegamos à conclusão de que seria através dos festivais. Pensamos que se transformássemos o bon odori em nossa própria dança do festival, certamente conseguiríamos transmiti-la às gerações futuras'. Isso me fez repensar o que são os festivais", e acrescentou: "A dança do festival não tem algo para venerar. Uma nova perspectiva me foi dada aqui no Brasil".

 Citando pesquisas, ela disse: "62% dos japoneses respondem que não têm religião, mas na verdade, se perguntarmos 'você tem fé?', 68% respondem que sim. Os japoneses não consideram os santuários xintoístas como religião. Há 80.000 santuários no Japão, e os japoneses incorporaram sua existência na cultura de vida, tornando-se parte da espiritualidade japonesa. Por isso, acredito que não a consideram conscientemente como religião", e comentou: "Quando vi um altar xintoísta dentro da cabana dos pioneiros no Museu da Imigração, senti fortemente a espiritualidade japonesa de trazer propositalmente do Japão e não esquecer de venerar os ancestrais".

 "No ano passado, quando fui a Londrina, fiquei surpresa com a grandiosa recepção com comidas caseiras elaboradas como yakisoba, makizushi, bolos e biscoitos. Fiquei emocionada com o fato de que uma simples viajante como eu foi recebida com tanto carinho e me disseram 'volte sempre'. Por isso estou aqui hoje. No Japão chamamos de omotenashi, mas, como as coisas feitas à mão dão trabalho, acabamos comprando prontas. Vendo os itens feitos à mão, lembrei das delícias que minha avó fazia quando eu era criança, e senti o período Showa em Londrina", disse com nostalgia.

 Houve uma mesa redonda onde Tamiko Hosokawa, diretora do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros (Jinmonken), apresentou um panorama das entidades nikkeis de todo o Brasil, o líder da região brasileira da seita budista Honmon Butsuryushu, Correia, apresentou a história do mestre Ibaraki Nissui, pai da propagação budista local e imigrante do navio Kasato Maru, e Aikawa e Walter Yamada, diretor da associação que publica o Diário Brasil Nippou, fizeram comentários, seguido de uma sessão de perguntas e respostas.

 Ao conversar com Minako Matsuoka, diretora da empresa UT Suri-Emu (sede em Tóquio), que atua no setor de terceirização de manufatura focado principalmente em nikkeis e estava presente no evento, ela concordou, dizendo: "O conteúdo foi extremamente interessante. Para nós, que nos esforçamos para melhorar o reconhecimento e a imagem dos nikkeis no Japão, a visita de Aikawa ao Brasil foi muito significativa". Ela menciona que está desenvolvendo uma colaboração voltada para a expansão do reconhecimento dos nipo-brasileiros.


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