Chuzaiin Relay Essay: 1 - Apoiado pelos Companheiros de Beisebol do Brasil, por Saulo Aoki, do Cloud Ace
Caros leitores do Brasil Nippou, é um prazer conhecê-los. Meu nome é Saulo Aoki e sou diretor geral da filial brasileira da Cloud Ace.
Nossa empresa é um integrador de sistemas especializado em Google Cloud com o objetivo de ser "o melhor parceiro do Google no mundo". Oferecemos suporte completo desde o planejamento da implementação em nuvem para empresas até desenvolvimento, operação e manutenção. O Brasil, sendo o maior mercado da América do Sul e com um ecossistema de startups em rápido desenvolvimento, é uma base extremamente importante em nossa estratégia global.
Nos empenhamos em apoiar não apenas as empresas japonesas estabelecidas localmente, mas também as vibrantes startups em seus desafios, não se limitando apenas ao fornecimento de infraestrutura de TI, mas também através do suporte ao desenvolvimento e implementação de sistemas que utilizam análise de dados e IA, contribuindo para o crescimento dos negócios entre Brasil e Japão.
Bem, cheguei a São Paulo em março de 2024, mas na verdade nasci no Brasil. Aos 15 anos, fui para o Japão para estudar beisebol. Após três anos de beisebol no ensino médio e me formar na universidade, ingressei em uma empresa comercial japonesa do setor de máquinas. Depois de aprender os fundamentos de vendas, tive minha primeira experiência de expatriado na Indonésia.
Posteriormente, fui enviado ao México com a missão de estabelecer uma fábrica, mas, com o desejo de aprender mais sobre a gestão japonesa, mudei de emprego novamente e retornei ao Japão.
Com o passar dos anos, cresceu em mim o sentimento de querer que minha família experimentasse o país chamado "Brasil" e de retribuir de alguma forma à minha pátria. Por acaso, vi uma oferta de emprego para expatriado no Brasil da Cloud Ace, senti que era o destino e aqui estou.
Minha ilusão de que daria certo facilmente, por ser trabalho na pátria e já ter experiência como expatriado, foi rapidamente destruída. Além do lançamento de um novo negócio, enfrentei as barreiras culturais únicas do Brasil, sendo uma sucessão de dificuldades. Os brasileiros são amigáveis e frequentemente concordam durante as negociações, o que às vezes torna difícil discernir suas verdadeiras intenções.
No entanto, sem desistir, sinto profundamente que a importância de construir relacionamentos de confiança de forma persistente e de se integrar localmente não muda em nenhum país.
Essa "persistência" foi exatamente o espírito cultivado durante meus dias como jogador de beisebol no ensino médio. Graças a isso, os resultados do trabalho começaram a aparecer gradualmente, mas desta vez enfrentei uma grande barreira na vida pessoal. Descobrimos que meu segundo filho tinha Síndrome de Pitt-Hopkins, uma síndrome extremamente rara.
Nesta grande provação, quem me apoiou foram os companheiros de beisebol do Brasil e o próprio beisebol. O beisebol no Brasil é uma cultura construída pela comunidade nikkei. Por não ser um esporte profissional, há poucos patrocinadores e é mantido pela boa vontade e voluntariado de muitas pessoas. Esses companheiros me apresentaram médicos e centros de reabilitação para meu segundo filho, e os fins de semana no campo de beisebol se tornaram um local de renovação onde eu podia esquecer o trabalho e as preocupações.
Por ter sido estabelecido pela comunidade nikkei, ainda hoje no campo de beisebol perdura a etiqueta japonesa que começa com "onegaishimasu" e termina com "arigatougozaimashita". A própria existência do beisebol no Brasil simboliza a conexão com o Japão e está formando jovens com o coração japonês. Embora o número de equipes tenha diminuído comparado a 20 anos atrás, há pessoas que lutam para não deixar essa chama se apagar. Eu também, como uma dessas pessoas, transporto equipamentos de beisebol do Japão e desejo conectar esse ambiente maravilhoso à próxima geração.
Assim como o beisebol me deu oportunidades maravilhosas, continuo apoiando o beisebol brasileiro, orando para que o maior número possível de jovens tenha as mesmas oportunidades. Vocês, expatriados, experimentem uma vez uma equipe de beisebol local também. A conexão com as pessoas locais certamente tornará a vida de vocês como expatriados mais rica.
◆Estamos buscando ensaios com o tema de experiências no exterior, focando principalmente nos expatriados do Japão na América do Sul e incluindo aqueles que emigraram e estão envolvidos na gestão empresarial local. Por favor, enviem sobre observações sobre o Japão ou o local após serem designados para cá, experiências que gostariam de compartilhar com todos ao redor, conteúdos que gostariam de transmitir aos conhecidos no Japão. Para mais detalhes, entrem em contato com a redação (contatojp@brasilnippou.com, assunto "駐在員リレーエッセイ (Chuzaiin Relay Essay)").



