Ensaio dos Voluntários da JICA: Relatando sobre as comunidades nikkeis do Brasil (46) A Cultura Nikkei Atrativa para a Próxima Geração, por Natsumi Tsuchiya (Kongoji Gakuen de Suzano)
Oi, tudo bem?
Prazer em conhecê-los. Sou Natsumi Tsuchiya, da 3ª turma de 2024 [da JICA].
Até o ano passado, trabalhei na minha cidade natal, província de Fukushima, como cooperadora de revitalização regional, ensinando inglês e educação em informática em escolas primárias.
Atualmente no Japão, com o avanço do envelhecimento populacional e baixa natalidade, e o influxo da geração jovem para as áreas urbanas, o despovoamento das regiões rurais está progredindo.
A cooperação de revitalização regional foi criada para resolver esses problemas sociais, sendo algo como os Voluntários da JICA no exterior, mas dentro do próprio Japão.
Naquela época, tive um encontro com um aluno nikkei brasileiro de terceira geração e pensei que queria ensinar japonês como professora na maior comunidade nikkei do mundo! Assim, vim para o Brasil.
Desde maio de 2025, ensino japonês na Kongoji Gakuen, em Suzano.
A Kongoji Gakuen é uma escola de japonês criada em 1972 no terreno do templo. Atualmente fica na sua adjacência.
É uma escola histórica que já teve mais de 200 alunos matriculados no seu auge, e atualmente cerca de 30 alunos frequentam de 1 a 3 vezes por semana.
Não apenas ensino japonês, mas também há costumes tipicamente japoneses como fazer reverência no início e fim das aulas, e turnos de limpeza, que são parte natural do cotidiano, fazendo-me às vezes esquecer que estou no Brasil.
Já visitei vários países, mas, nos primeiros dias no Brasil, não consegui aproveitar muito devido às diferenças de clima e segurança em relação ao Japão.
Nessa época, fui convidada para um evento da Associação de Fukushima, em que tive a oportunidade de conversar com os locais pela primeira vez.
Pessoas não-nikkeis que gostam de anime e cultura alimentar japonesa e se esforçaram para falar usando japonês, pessoas nikkeis de segunda geração que me disseram "recentemente comecei a estudar japonês novamente" - através desses encontros calorosos, a forte imagem de "Brasil = perigoso" que eu tinha foi gradualmente se desfazendo.
Desde então, ajudei no Festival do Japão (julho) e no Festa de Flores e Morangos de Atibaia (outubro), vivendo dias em que sentia a história de como os nikkeis construíram confiança no Brasil.
Além disso, em Suzano, no festival cultural (setembro), várias escolas de japonês participaram conjuntamente de workshops, nos quais pude interagir com muitos visitantes durante dois dias.
Ao poder ver de perto os rostos das pessoas que estão além das minhas atividades, passei a sempre me emocionar, pensando: quero tentar fazer isso da próxima vez! Quero tentar esse desafio também!
Desde que comecei a trabalhar com educação japonesa no Brasil, sinto que o japonês está deixando de ser aprendido como língua de herança.
Por outro lado, recentemente vejo com frequência estudantes, tanto nikkeis quanto não-nikkeis, estudando com alta motivação por razões como "amo a cultura japonesa!" ou "tenho interesse na língua que é minha origem".
E sinto que essa mudança tem aspectos em comum com a transição geracional nas organizações nikkeis, como as associações de províncias.
Como objetivo das minhas atividades, viso não apenas a educação japonesa, mas também a transmissão para a próxima geração da cultura atrativa da sociedade nikkei que existe hoje.
Para isso, quero aproveitar nestes dois anos de atividade as experiências que tive no Japão com nikkeis brasileiros vivendo como estrangeiros e as experiências de revitalização regional tentando transmitir tradições locais para a próxima geração.
Além de alcançar o objetivo, como um plus, também penso que seria bom se eu pudesse viver aqui e deixar algo, mesmo que seja uma coisa, nesta sociedade nikkei.
Se houver alguém interessado nas minhas atividades, por favor venham visitar a Kongoji Gakuen de Suzano.








